Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado de Pernambuco

Momento decisivo para indústrias Pernambucanas

O ano de 2007 será decisivo para as indústrias do setor eletro-metal-mecânico que planejam participar como fornecedoras de produtos e serviços dos projetos estruturadores em processo de implantação no Complexo Industrial e Portuário de Suape. “Esse é o momento de preparação, qualificação de mão-de-obra, aquisição de equipamentos, know-how e formação de joint-ventures”, afirma o presidente do Simmepe, Alexandre Valença.

 Alguns exemplos de empreendimentos que estão chegando a Pernambuco são a refinaria de petróleo (com recursos da ordem de US$ 2,8 bilhões da Petrobrás e da estatal venezuelana PDVSA) e o estaleiro Atlântico Sul, que será o maior do Hemisfério Sul (com US$ 220 milhões de recursos previstos).

Valença alerta que, no último trimestre de 2007, terão início as obras de construção da refinaria, o que vai demandar serviços do setor eletro-metal-mecânico. “Não só o fornecimento de peças e componentes, como também a prestação de serviços de montagem de estruturas metálicas”, sublinha. De acordo com o cronograma da Petrobrás, o primeiro barril de petróleo deve ser processado no segundo semestre de 2011.

Outro projeto que deverá começar a ser implantado este ano é o estaleiro do consórcio liderado pela Camargo Corrêa. O empreendimento causará um importante impacto na economia do Estado com a criação de uma cadeia produtiva envolvendo os mais diversos tipos de fornecedores de produtos, como chapas especiais de aço, estruturas metálicas, material elétrico e eletrônico, entre outros componentes, além de prestadores de serviços.

Como forma de apoiar as empresas que planejam se credenciar a serem fornecedoras dos projetos estruturadores, o Simmepe vem tomando iniciativas visando estimular a modernização das suas associadas. Uma dessas ações é a parceria firmada com a Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco – Fiepe e o Serviço Brasileiro de Apoio ás Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE, que possibilitará às empresas do setor participação no Programa de Apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias – Procompi.

Além disso, o Simmepe trabalhará para que as empresas fornecedoras do estaleiro possam obter linhas de financiamento do Fundo da Marinha Mercante, que oferecem taxas de juros mais atrativas para investimento em modernização. “Vamos também manter o contato com entidades do setor naval do Rio de Janeiro e com a Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos – Abimaq, no sentido de buscar alternativas para a inserção das empresas pernambucanas nesse mercado”, diz Valença.

Algumas empresas pernambucanas saíram na frente, como é o caso da Galvaniza, associada ao Simmepe, que já forneceu estruturas metálicas para a construção das instalações da unidade do grupo Mossi & Ghisolfi. O grupo chegou para colocar Pernambuco na liderança internacional na fabricação de resinas PET. Pela capacidade de atrair indústrias de pré-forma, além de recicladoras, sopradoras e fornecedores de equipamentos, o empreendimento deve estimular a criação de um pólo industrial em seu entorno.
Além da Galvaniza, outras empresas ligadas ao setor eletro-metal-mecânico, como a Codistil, por exemplo, que produz para a PDVSA em outros países, são fornecedoras em potencial desses projetos estruturadores.

Abimaq promove oportunidade de negócios

O escritório regional Norte-Nordeste da Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) está instalado na sede do Simmepe, no Recife. De acordo com o diretor regional da entidade, Sebastião Pontes, a reabertura do escritório na região demonstra o interesse da entidade em se aproximar do mercado nordestino e facilitar a realização de negócios com os empresários do setor local.

Com sede em São Paulo, a associação atua, desde 1975, em favor do fortalecimento da indústria nacional, mobilizando o setor e realizando ações nas instâncias políticas e econômicas.

A Abimaq representa 90% das empresas do segmento no Brasil e possui 1,4 mil empresas associadas, cuja soma dos faturamentos totaliza cerca de R$ 40 bilhões anuais. Tais empreendimentos geram juntos 210 mil empregos diretos e em torno de 1 milhão de postos de trabalho indiretos.

Além da unidade no Recife, a Abimaq dispõe de mais nove escritórios regionais, localizados no Sudeste, Sul e Centro-Oeste. São eles: São Paulo, Piracicaba, Ribeirão Preto, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Joinville, Porto Alegre e Rio de Janeiro.

Koblitz investe em centrais hidroelétricas

Uma das empresas associadas ao Simmepe, a Koblitz Energias Renováveis, empresa de engenharia que atua no segmento de geração e cogeração de energia, está investindo em Pequenas Centrais Hidroelétricas (PCHs) e inaugurou, de novembro para cá, três geradoras, em parceria com o grupo Cornélio Brennand, por meio da holding Atiaia Energia.

A energia das centrais de Canoa Quebrada e Buriti será recebida pela Eletrobrás, por meio do Programa de Incentivo à Fontes de Energia Elétrica (Proinfa).
Por sua vez, a Garganta da Jaraca e Paranatinga II  deverão abastecer as localidades do sistema elétrico isolado através das Centrais Elétricas Matogrossenses S.A (Cemat), incluindo cinco cidades que hoje são atendidadas, de forma parcial, por usinas térmicas que queimam óleo diesel. Os investimentos realizados nas quatro usinas estão estimados em R$ 520 milhões, com 75% de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES e 25% dos acionistas da Atiaia Energia, holding que conta com a participação de 90% do Grupo Cornélio Brennand e 10% da Koblitz.  No Brasil, existem 265 PCHs, distribuídas em várias regiões, o que demonstra a viabilidade do investimento. De acordo com matéria publicada no jornal Gazeta Mercantil, a Atiaia planeja implantar mais dez novas PCHs até 2010.   Uma das unidades deverá começar a ser instalada a partir de março deste ano em Porto das Pedras, no município de Capadão do Sul (MS), com potência de 28 MW e início da s operações programado para janeiro de 2009.
      

Maior competitividade para indústria

Nos últimos anos, a economia pernambucana tomou novo impulso, projetando um ambiente favorável para a atração de grandes investimentos. A infra-estrutura portuária de Suape é o ponto-chave do atual contexto, para onde estão sendo direcionados projetos estruturadores importantes.

Esses investimentos abrem um grande leque de oportunidades de negócios para as empresas pernambucanas. Contudo, fornecer serviços e equipamentos aos grandes projetos estruturadores, como estaleiro e refinaria de petróleo,  esbarra em exigências diversas, a começar pela conquista de uma maior competitividade. “A capacitação será fundamental para que as empresas possam participar dessas cadeias produtivas”, alerta o secretário-executivo do Simmepe, Girley Brasileiro.

Representantes do setor metal-mecânico e eletroeletrônico vêm demonstrando grande interesse em desenvolver projetos que promovam a competitividade de seus produtos, ampliando, inclusive, as condições de exportação. Na busca de atender aos anseios da classe, o Simmepe firmou parceria com a Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), Confederação Nacional da Indústria (CNI) e  Serviço Brasileiro de Apoio ás Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) com o objetivo de  possibilitar a participação das empresas associadas no Programa de Apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias (Procompi).

Fortalecer o setor, as entidades sindicais, a cultura de associativismo, melhorar a qualificação de mão-de-obra, modernizar a gestão e ampliar o acesso a mercados locais, nacional e internacional são os objetivos do programa, que está em negociação e deverá trabalhar cerca de 20 indústrias. Entre as empresas que devem participar estão Kronorte,  Almec , Expocenter (Caruaru) e Madelar (Belo Jardim) .
De acordo com a gestora do Núcleo de Competitividade Industrial da Fiepe (Compi), Margarida Lima, se forem mantidas a estabilidade político-econômica do País, a meta será alcançar, em dezembro de 2008, os seguintes resultados intermediários: aumento em 30% do número de empresários qualificados em gestão, aumento em 5% do número de associados do Simmepe e a capacitação de 100 trabalhadores. Ao final das ações, as metas são implantar o Sistema de Gestão da Qualidade  ISO 9001:2000 em 50 % das empresas participantes do projeto e proporcionar a Certificação ISO 9001:2000 em 10% das empresas do projeto.  Todas as ações previstas no projeto foram elaboradas com base em estudo realizado pela Fiepe-Compi acerca do perfil dos segmentos de metalurgia básica, fabricação de produtos de metal máquinas e equipamentos, fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos; fabricação de material eletrônico e de aparelhos e equipamentos de comunicações e fabricação e montagem d e veículos automotores, reboques e carrocerias.

Pesquisa vai subsidiar empresas do setor

Diante das perspectivas de expansão dos negócios em Pernambuco em virtude da implantação de grandes projetos estruturadores no Complexo Industrial e Portuário de Suape, o Simmepe tomou a iniciativa de subsidiar seus associados com informações sobre o segmento eletro-metal-mecânico no Estado, para que as indústrias possam se estruturar para não perderem as oportunidades que estão surgindo.

Esses dados serão levantados por meio de um estudo de campo, incluindo levantamento estatísticos, cujo objetivo é compreender a atual composição do setor, facilitando o planejamento estratégico, com redução de riscos e erros nas tomadas de decisões.

A pesquisa será realizada por meio de um convênio firmado entre o sindicato e a Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco – Fiepe. A coordenação do trabalho será feita pela Unidade de Pesquisas Técnicas da entidade (UPTEC), que, após elaboração e aprovação do questionário, treinará a equipe de pesquisadores. O órgão também vai monitorar a aplicação dos questionários, o recebimento das respostas e realizará, ainda, a análise dos resultados obtidos.

A economista da UPTEC, Osângela Sena, ressalta que a dinâmica dos mercados neste início de século exige domínio de informações para a ágil e correta tomada de decisão. “Técnicos da Fiepe aplicarão questionários a um universo de indústrias associadas ao Simmepe visando obter uma fatia amostral da atual situação do setor. Também poderão entrar na pauta, empresas não associadas, mas indicadas pelo sindicato”, informa Osângela.

 Aprovado o questionário, o projeto deverá ser executado seguindo um cronograma de nove semanas, podendo  ser expandido por mais duas semanas, considerando, por um lado, possíveis dificuldades de levantamento das informações e, por outro, os feriados e/ou festividades que podem ocasionar retardamento da conclusão dos trabalhos.

Piratininga aporta em Suape em 2007

Empresa associada ao Simmepe, a Máquinas Piratininga, que já possui uma indústria em Jaboatão dos Guararapes, destina agora R$ 25 milhões à construção de uma nova unidade no Complexo Industrial e Portuário de Suape. A empresa assinou contrato de compra de uma área de sete hectares no último dia 28 de dezembro.

De acordo com o presidente da Piratininga, José Francisco Gonçalez, o projeto de engenharia inclui a construção de três galpões, que devem começar a operar até o início de 2008. A proposta é ampliar a produção e fornecer aos grandes projetos que estão aportando em Suape, além de atender ao comércio internacional, que já representa 30% dos negócios da empresa.

A empresa tem centrado atenção também no mercado do Nordeste. A nova unidade, por exemplo, vai fabricar torres de energia eólica com vistas à demanda de futuros projetos que pretendem se instalar na região. Entre os intens a serem produzidos, tambem figuram fornos rotativos .

A capacidade de produção da nova unidade é de processar 12 mil toneladas. Entre os possíveis clientes estão o estaleiro do consórcio liderado pela Camargo Corrêa e a refinaria de petróleo da Petrobras/PDVSA, que vão se instalar em Suape. Até 2010, deverão ser criadas entre 250 a 300 novas oportunidades de emprego. A unidade de Jaboatão permanecerá funcionando normalmente.

Empresa –  Há 42 anos instalada em Jaboatão dos Guararapes, a Máquinas Piratininga tem como um dos principais clientes o setor sucroalcooleiro e possui 270 funcionários. Em 2002, a empresa foi vendida para o empresário José Francisco Gonçalez pelo Grupo Votorantim.  “Em cinco anos, multiplicamos por cinco o faturamento”, disse Gonçalez.

Empresa pernambucana fornece à PDVSA

Enquanto muito se especula sobre as possibilidades de geração de negócios entre empresas pernambucanas e os projetos estruturadores que têm aportado em Pernambuco atraídos pela infra-estrutura do Porto de Suape, a empresa Codistil do Nordeste saiu na frente. Firmou contrato com a estatal venezuelana PDVSA (parceira da Petrobrás na implantação da refinaria em Pernambuco), está fornecendo uma destilaria de álcool completa e já embarcou parte dos equipamentos da mesma para a cidade de Tocuyo.

A parceria com a petroleira venezuelana representa para a Codistil uma importante vitrine. “Na hora de contratar os fornecedores da futura refinaria Petrobrás / PDVSA, cuja pedra fundamental foi lançada em 16 de dezembro de 2005, o cliente venezuelano terá a certeza de que poderá contar com uma empresa instalada em Pernambuco”, diz o gerente geral da Codistil, Luiz Augusto Figueirêdo.

A indústria é uma subsidiária integral do grupo paulista Dedini S/A Indústrias de Base. Há mais de 30 anos, está funcionando no Curado, no Recife, empregando mais de 200 funcionários, entre pessoal operacional e administrativo.

A sede da Dedini em São Paulo até poderia ter produzido o equipamento, mas optou por dar a vez a Pernambuco, visto que a unidade local possui longa experiência como fornecedora de máquinas para o setor sucroalcooleiro do Nordeste, além de estar próxima do cliente, tendo em vista a localização do Porto de Suape. Outro cliente representativo para o currículo da Codistil é a indústria petroquímica Mossi & Ghisolfi (M&G), produtora de resina PET para a área têxtil, que se instalou em Suape este ano. Para ela, a Codistil produziu, inicialmente, em torno de 40 equipamentos, e posteriormente outras peças e componentes serão fabricados para a conclusão do empreendimento.

A refinaria da Petrobrás/PDVSA, na qual cada empresa participa com 50%, terá capacidade para processar 200 mil barris de petróleo pesado por dia. Durante a construção e montagem, estima-se a geração de 230 mil empregos em quatro anos (diretos, indiretos e por efeito renda).