Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado de Pernambuco

CNI cria câmara para discutir crise de abastecimento do aço

Em reunião com os presidentes das siderúrgicas CSN, Usiminas, Cosipa e CST, os representantes da Coalizão Empresarial do Norte/Nordeste do segmento eletro-metal-mecânico defenderam a redução na alíquota de importação do aço para zero.

Segundo o presidente da Coalizão, Alexandre Valença, essa seria a alternativa para tentar atenuar os problemas que as indústrias da região vem enfrentando com o desabastecimento de aços no mercado doméstico e os aumentos de preços abusivos.

Os representantes das siderúrgicas presentes à reunião, realizada na sede da CNI em Brasília, no último dia 4 de dezembro, mostraram-se frontalmente contrários ao pleito da Coalizão.

Para solução do impasse, o presidente da CNI, deputado federal Armando Monteiro Neto, acatando sugestão do presidente do Sindicato das Indústrias Eletro-Metal-Mecânicas do Ceará (Simec), Valdelírio Soares Filho, criou uma câmara para discussão das questões relativas ao segmento visando encontrar alternativas de consenso para o problema. Ainda em dezembro, deverão iniciar os trabalhos da câmara.

O encontro com os representantes das siderúrgicas foi articulado pelo presidente da CNI a partir das reivindicações apresentadas à entidade pela Coalizão Empresarial. Na reunião, o presidente Alexandre Valença elogiou a agilidade e presteza com que a CNI mobilizou os diversos segmentos interessados para debater os problemas que vem afetando seriamente as indústrias metal-mecânicas do País.

Também como resultado do documento entregue pela Coalizão à CNI, o deputado federal Armando Monteiro alertou os ministros Pedro Parente (Casa Civil) e Sérgio Amaral (Desenvolvimento Industrial e Comércio Exterior) sobre o grave problema do desabastecimento de aços-planos no Norte-Nordeste devido aos constantes aumentos que as usinas siderúrgicas vêm impondo ao mercado.

O presidente da Coalizão, Alexandre Valença, já manteve novo contato com o presidente da CNI para que também seja marcada reunião com representantes das siderúrgicas de aços especiais (inox) e de aços não-planos a fim de discutir uma solução para o mesmo problema. Desta feita, Valença espera articular uma ação conjunta com o Sindicato da Construção Civil, uma vez que o segmento também vem enfrentando dificuldades devido ao aumento generalizado nos preços das matérias-primas. O ferro, por exemplo, que também é insumo da indústria metal-mecânica, sofreu aumento de 14% nos últimos 30 dias e de 50% nos últimos seis meses.

Produção Industrial cresce e impulsiona empregos

A última pesquisa mensal de emprego divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) mostra que o setor de máquinas e equipamentos impulsionou a retomada do emprego em setembro na indústria brasileira. Segundo a pesquisa, depois de três meses de cortes, o segmento voltou a empregar. O aumento de trabalhadores nas fábricas em todo o país no mês de setembro foi de 1,3% em relação ao mês anterior. O Nordeste apresentou alta de 6,7 % e Pernambuco de 7,4%. O IBGE revelou também que houve desaceleração do processo de desemprego no setor durante o terceiro trimestre.

Já a pesquisa relativa a produção indústrial revela que Pernambuco cresceu 12,9% em setembro com relação a igual mês de 2001 e 3,3% na comparação trimestral, enquanto os indicadores acumulados no ano e nos últimos doze meses registraram retrações de 4,5% e 3,5%, respectivamente. Na comparação setembro de 2002/setembro de 2001, onze dos quatorze segmentos pesquisados cresceram. A indústria química (40,7%) e a de produtos alimentares (14,9%) foram as principais influências positivas.

A expressiva taxa alcançada pela química reflete, sobretudo, a base de comparação deprimida e o acréscimo na fabricação de fibras de poliester e de polibutadieno. Já resultado de produtos alimentares se deve ao começo do processamento da cana de açúcar nas usinas pernambucanas e o aumento na produção de açúcar estimulado pelo o câmbio desvalorizado e pela a alta do seus preços internacionais.

A produção em setembro cresceu em nove das 12 regiões pesquisadas pelo IBGE, em relação ao mesmo mês do ano passado. Entre janeiro e setembro, todos os locais, exceto a Bahia, intensificaram o ritmo das suas atividades. Alcançaram taxas expressivas de crescimento, em relação a setembro de 2001: Rio de Janeiro (13,5%), Pernambuco (12,9%), Rio Grande do Sul (10,3%), Espírito Santo (10,0%), Paraná (9,6%), Ceará (9,2%), Minas Gerais (7,3%) e região Sul (7,3%).

Bens de capital começam 2003 com queda de 3%

O primeiro semestre de 2003 deve ser marcado pela queda da atividade do setor de máquinas e equipamentos. A retração prevista, estimada em 3% em comparação com o mesmo período deste ano, já reflete a desaceleração do ritmo das encomendas do setor.

Segundo Luiz Carlos Delben Leite, presidente da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), isso é consequência da elevação da taxa Selic para 22% no último dia 20 de novembro, que fez a carteira de pedidos cair de 22 semanas para 16.

Entretanto, apesar de um começo de ano difícil, o presidente da instituição diz acreditar numa estabilização do cenário internacional e na recuperação gradual de linhas de crédito. Se tais previsões otimistas se confirmarem, o setor, que prevê fechar 2002 com crescimento de 7% nas vendas, pode superar esse patamar em 2003.

Antes disso, porém, o segmento de máquinas e equipamentos terá de superar um dos seus problemas principais: o custo elevado do capital, que inibe investimentos em inovação tecnológica.
As propostas para a resolução desse e outros obstáculos estão no estudo “Rumos da Competitividade”, desenvolvido pela Abimaq. As sugestões serão apresentadas até o final desde ano à equipe de transição do presidente eleito.

Uma das reivindicações é a criação de uma política industrial dirigida pelo Estado. Um exemplo da lista de atribuições que o setor espera do Governo Federal é a ampliação das linhas de crédito para as empresas, sobretudo as de médio e pequeno porte.

Programas semelhantes ao Moderfrota (financiamento do investimento com taxa de 8,75% ao ano para máquinas e implementos agrícolas) são apontados como possível solução para diminuir o custo do crédito. “Sem algum tipo de intervenção estatal não é possível o desenvolvimento industrial nos países emergentes”, afirma Frederico Rocha, professor do Instituto de Economia da UFRJ.

Simmepe apóia indústrias de esquadrias

Oito empresas do setor de esquadrias de alumínio de Pernambuco, Paraíba e Alagoas realizaram coquetel, na sede do Simmepe, para celebrar união em busca da qualidade de seus produtos. Fazem parte do grupo de trabalho a Iane Indústria e Comércio (PE), Alunor (PE), Ciral (PE), Pórtico (PE), Squadra (PE), Socitel (AL), Finestra (AL) e Guerral (PB).

A ação, que tem apoio do Simmepe, visa à adequação às exigências das construtoras que aderiram ao Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade da Habitação – PBQPH. A adesão ao programa é uma das exigências para obtenção de financiamentos de imóveis pela Caixa Econômica Federal.

O primeiro passo para alcançar essa adequação será o início do processo de certificação ISO 9001/2000 que será realizado em conjunto. Para isso, as indústrias contarão com a consultoria do Instituto de Apoio da Universidade de Pernambuco – IAUPE. O processo de qualificação do ISO 9000 tem o período de duração entre 10 e 12 meses. “A implantação do sistema vai assegurar excelente padrão de qualidade nos produtos e serviços oferecidos com reconhecimento internacional”, explica a responsável técnica da IAUPE, Fátima Resende.

Para o presidente do Simmepe, Alexandre Valença essa iniciativa demonstra que as empresas estão no caminho certo para a conquista da melhoria de seus padrões de produção. “São empresários sintonizados com os tempos em que vivemos mostrando, de forma clara, estarem cientes com os novos paradigmas econômicos locais, nacionais e internacionais”, destaca.

Falando em nome do segmento de fabricantes de esquadrias, Gustavo Pinto Coelho, da empresa Almax/Squadra, destacou a importância da união das empresas nesse projeto. Segundo ele, a formação desse primeiro grupo deve ser considerado um marco inicial do processo de reestruturação do mercado.
“Com a parceria, além de consolidar suas posições nos mercados locais, os fabricantes de esquadria de alumínio se prepararam para enfrentar a concorrência de outras regiões e países”, afirma Girley Brasileiro, secretário executivo do Simmepe.

O evento que marcou a criação do grupo também contou com a presença dos presidentes da Fiepe, Jorge Corte Real e do Sinduscon, Antônio Carrilho, além do diretor da Associação Nacional dos Fabricantes de Esquadrias de Alumínio (Afeal), Claudinei Florencio.

Phoenix investe na parceria com funcionários

A empresa Phoenix do Brasil, de capital 100% pernambucano, tem investido fortemente na relação de parceria com os mais de 500 funcionários que possui. Este ano, o resultado do trabalho desenvolvido pela empresa ultrapassou os limites da fábrica e fez com que a empresa ganhasse o Prêmio Sesi de Qualidade no Trabalho – PSQT 2002, categoria empresa de médio porte do Estado.

A Phoenix, fabricante de resistores e líder no mercado nacional, posiciona seus produtos entre os principais itens de exportação de Pernambuco, vendendo para o exterior cerca de dois terços da sua produção.

“Esse prêmio é a consolidação de uma série de projetos, cujo resultado é a melhoria na qualidade de vida do trabalhador em sintonia com a evolução contínua de nossos produtos e serviços”, afirma João Freitas, gerente de Recursos Humanos da Phoenix do Brasil.

Para alcançar a premiação, a empresa passou por uma avaliação que constou de quatro etapas. A primeira realizada por um grupo de funcionários. A segunda pela diretoria da empresa, seguida do julgamento pela comissão do Sesi. Por último, a Phoenix passou por um comitê, integrado por representantes de vários setores
da sociedade, que definiu a vitória.

Entre os requisitos em questão estava o clima de cooperação e equipe, compromisso com melhorias e resultados, crescimento pessoal e profissional, segurança e saúde no trabalho, eventos e ações sociais, entre outros. Um dos projetos que mais chamou a atenção dos julgadores foi a criação dos Times de Melhoria.

Nesse projeto, equipes de trabalhadores são incentivadas e capacitadas para encontrar soluções que melhorem a produtividade e a qualidade de vida no trabalho. Atualmente, 150 pessoas fazem parte dos Times de Melhoria.“Mais importante que o alto ganho dreto gerado pelos projetos é o crescimento de uma equipe comprometida com os objetivos do negócio”, destaca Freitas.

Outro destaque foi a certificação QS 9000, implantada para complementar a ISO 9001 e a ISO 14000, que atende aos requisitos exigidos pelas indústrias do setor automotivo. “Estamos agora investindo em novos equipamentos para atingir uma fatia maior desse mercado”, explica o gerente.

Entre outros importantes projetos que a Phoenix desenvolve está o Programa de Oportunidades Internas, Plano de Previdência e cestas básicas, que complementam os benefícios, bolsa de estudos e incentivo à capacitação.

Além disso, a empresa também implantou melhorias ergonômicas nos postos de trabalho, ginástica laboral, hidroginástica e Reeducação Postural Global (RPG). “Em um mercado globalizado, o grande diferencial competitivo são as pessoas que formam a organização, por isso nelas está o foco de nossos investimentos”, conclui Freitas.