Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado de Pernambuco

Em alta, construção naval aposta na sustentabilidade

Habituada a décadas de euforia e depressão, a construção naval desta vez não quer deixar o sucesso lhe escapar pelas mãos, como ocorreu nos anos 70 e 80. Com 381 obras contratadas, novos estaleiros sendo implantados – e os antigos tendo adquirido tecnologia de primeiro mundo – o setor depende da continuidade da política de conteúdo local e do alcance de mais competitividade para garantir sua perenidade e sucesso futuro.
Mas o setor tem feito sua parte, a começar por excelente trabalho tripartite – com Governo Federal e empregados – para criação de normas de trabalho específicas. Até recentemente, valiam regras da construção civil, claramente dissociadas dos problemas dos estaleiros. A busca por competitividade está sendo feita, mas esbarra no Custo Brasil em geral – peças, telefonia, energia elétrica, tudo é mais caro por aqui – e em política de câmbio que onera o real, ao contrário do que ocorre com países asiáticos.
Um ponto importante para dar estabilidade ao setor é a produção politicamente correta. Assim, anuncia o presidente do Sindicato da Construção Naval (Sinaval), Ariovaldo Rocha, que foi dada a partida para a quarta edição do Prêmio Naval de Qualidade e Sustentabilidade. As inscrições estão abertas até 24 de outubro e a solenidade de premiação será uma espécie de festa de fim de ano do setor, no dia 10 de novembro, inclusive quando circulará caderno de indústria marítima do MONITOR MERCANTIL.
Como anunciado há um ano, o prêmio passa a ter o nome de Acurcio de Oliveira, presidente do MONITOR MERCANTIL, falecido há um ano e meio, que sempre atuou em favor da construção naval. Assim, o Prêmio Naval de Qualidade e Sustentabilidade Acurcio de Oliveira é co-promovido pela Fundação ARO. Envolve qualidade e inovação, desenvolvimento sustentável, respeito ambiental e responsabilidade social, valores atribuídos às boas práticas corporativas. Podem participar estaleiros e empresas fornecedoras de produtos ou serviços para o setor de construção e reparação naval e offshore.
O PQNS reúne quatro níveis de premiação: dois por modalidade e dois por categorias de porte de empresas participantes. Os vencedores receberão o Troféu PNQS da modalidade correspondente, além do certificado e selo. Para o diretor da Fundação ARO, Marcos de Oliveira, o prêmio é uma espécie de “passaporte das boas práticas corporativas”. Na opinião do presidente do Sinaval, o nível de sustentabilidade das empresas participantes vem melhorando a cada ano, mas a meta é sempre avançar mais. “A mudança nas práticas corporativas de hoje significará sua permanência no mercado”, atesta Rocha.
“O Prêmio tornou-se uma referência no setor naval, pois ajuda a propagar que somente as empresas que trabalham com qualidade e inovação, desenvolvimento sustentável, respeito ambiental e responsabilidade social serão mais competitivas e capazes de atender às demandas de um mercado cada vez mais exigente “, avalia Marcos de Oliveira. As inscrições só podem ser feitas no site do Prêmio (www.aro.org.br/premio).