Custo de bens de capital pode cair até 15%

Medidas de incentivo à compra de bens de capital adotadas pelo governo em 2004 podem, neste ano, reduzir o custo de aquisição de máquinas e equipamentos entre 10% e 15%; aumentar a taxa de investimento para 20,5% do PIB e sustentar um crescimento de 4% da economia. Os cálculos fazem parte do estudo ‘Incentivos Fiscais e Investimentos no Brasil: uma Análise das Mudanças Recentes’, elaborado pelos economistas do Iedi.

Os economistas consideraram nas simulações o impacto do Modermaq; a redução do IPI de 3,5% para 2% e a ampliação da lista de máquinas e equipamentos desonerados (de 643 para 672); a ampliação do prazo de recolhimento do IPI para 30 dias; redução de 10 para quatro anos (e, depois, de quatro para dois) do prazo de compensação dos créditos tributários do PIS e da Cofins incidentes sobre bens de capital nacionais e importados; e redução para metade do prazo usual da depreciação dos bens de capital comprados até o fim de 2005. A redução de 10% pode levar a um aumento da taxa de investimento de 0,34% do PIB. Se os preços encolherem 15%, o aumento poderia ser de 0,51% do PIB.
   

Emprego na indústria é recorde

O mercado de trabalho industrial acompanhou o vigor desse setor em 2004 e fechou o ano com resultados recordes, tanto no crescimento do número de ocupados quanto no rendimento dos trabalhadores. No ano passado, o emprego na indústria cresceu 1,9% em relação a 2003, o melhor resultado anual desde 1989. A folha de pagamento real teve aumento de 9%, o maior desde 1993.

Apesar dos bons resultados acumulados no ano, os dados divulgados pelo IBGE mostraram desaceleração do mercado de trabalho na margem (dados mais recentes). A ocupação caiu 0,3% em dezembro, na comparação com novembro. A economista Isabela Nunes Pereira, da coordenação de indústria do instituto, interpreta como um sintoma de que o mercado de trabalho refletiu a "acomodação" do setor diagnosticada no último trimestre do ano passado.