Na última quarta-feira (13), o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Pernambuco (Simmepe) a Associação Brasileira de Indústria de Máquinas (Abimaq) e realizaram o seminário “Automação dos postos de trabalho e o impacto na Indústria”, com o objetivo de debater as transformações do mercado de trabalho ocasionadas pelo uso da tecnologia.
Consultora da Lee Hecht Harrison, Mariângela Schoenacker, uma das palestrantes da noite, destacou que a tecnologia já faz parte de nossas vidas há bastante tempo. “Não conseguimos mais pensar uma sociedade e um mercado de trabalho onde a tecnologia seja meramente uma ferramenta. Estamos vivenciando um novo ciclo de renovação tecnológica e é preciso sabermos da necessidade de estarmos na vanguarda”, contou Mariângela.
A consultora também lembra que apesar das várias mudanças ocorridas no mundo, a grande diferença das ondas inovadoras anteriores para essa que o país está presenciando agora é a velocidade com a qual ela está acontecendo.
Por conta disso, Mariângela fez um alerta aos empresários da necessidade do novo estilo de líder. “É preciso entender o que a organização quer e para onde está indo; mudar a mentalidade para garantir o sucesso no futuro da empresa; ter habilidade para reajustar pessoas, estruturas e sistemas, para que possa explorar novas oportunidades e reduzir riscos não previstos e realizar decisões difíceis sobre pessoas, enquanto se investe na aquisição e no desenvolvimento de talentos”, disse a palestrante.
Para finalizar, Mariângela conta que em média 25% dos trabalhos existentes hoje serão obsoletos em curto espaço de tempo. “O crescimento tecnológico tem o objetivo de contribuir para o crescimento das instituições, porém, muitos trabalhos deixarão de existir e outros tantos serão criados. A modernidade passará por essa transição, é preciso que a classe empresarial esteja pronta para isso”, concluiu.
Segundo palestrante da noite, Eduardo Peixoto, chefe de negócios do Cesar – Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife, contou que o mercado digital tem mudado o mundo, seja na música, no computador, nos telefones e até mesmo nas formas de comunicação. “Para qualquer coisa lançada e que faça sentido para o consumidor, se faz uma avalanche de mudanças tecnológicas. As fronteiras de negócios já não são mais as mesmas e por conta disso, o empresário precisa entender às necessidades de mudanças nas empresas”, disse Eduardo.
O palestrante destacou que o debate permite que haja uma reflexão sobre como os postos de trabalho e as formações futuras irão se comportar frente aos desafios e oportunidades impostos pela curva exponencial de crescimento e inovação tecnológica que as organizações estão passando.
De acordo com o palestrante, o mundo está evoluindo de uma era onde o mecânico e isolado passa a ser totalmente informatizado. “A crescente capacidade dos produtos inteligentes e conectados não só dá nova forma a concorrência dentro das indústrias, mas também expande os limites industriais. Isso ocorre porque os produtos isolados estão dando espaços a sistemas de produtos amplamente inteligentes”, relatou Eduardo.
Durante a palestra, Eduardo contou que é preciso que o novo profissional seja alavancado com ajuda do computador. “Nos próximos 20 anos, robôs executarão tarefas mais rápidas, mais seguras e mais eficientes que humanos; novos empregos e estruturas organizacionais serão criadas; indivíduos precisarão criar seus próprios empregos; a diversidade de idade e cultura será muito maior; a exigência de maiores níveis de conhecimento e a habilidade de contribuir com a inteligência emocional serão cada vez mais necessárias”, destacou.
“A inteligência artificial é um sistema que percebe seu ambiente e toma atitudes que maximizam as chances de sucesso. Então, sabendo que o aprendizado de verdade é feito através de experimentação, o que é preciso ponderar daqui em diante é como será a formação desses novos trabalhadores que serão entregues em um futuro próximo no mercado de trabalho e como máquina e homem conviverão nesse novo modelo organizacional”, disse Eduardo.
Para Antônio Araújo, representante da Servimatec – Cursos e Serviços de Automação Industrial, a palestra foi excelente. “Vim com a necessidade de entender como os avanços tecnológicos estavam sendo visto pelos palestrantes e por outras empresas. Percebi que é preciso acompanhar as mudanças. O momento de interação proporcionado pelo evento foi muito importante”, destacou.
Luciana cunha, gerente de recursos humanos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – Senai, conta que é preciso estar antenada e atualizada sobre o futuro da indústria. “O encontro agregou bastante e com certeza a noite de palestras colabora diretamente com o crescimento individual e coletivo da maneira de pensar o novo modelo de indústria”, firmou.