Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado de Pernambuco

Usiminas prevê mercado fraco no 4º tri

INSTITUTO AÇO BRASIL

A Usiminas, que reportou prejuízo de R$ 26,1 milhões no terceiro trimestre, prevê um mercado mais apertado na reta final do ano. Segundo Sérgio Leite de Andrade, vice-presidente de negócios, as vendas de aço deverão ter pequeno recuo em relação ao desempenho do trimestre passado. Um dos fatores, além do cenário de fraqueza da atividade econômica, é a sazonalidade do fim do ano. A partir de 15 de dezembro, as entregas aos clientes recuam bastante, enfatizou o executivo.
Em razão desse cenário, Leite pontuou que um possível novo aumento de preços do aço no mercado interno somente seria possível com um dólar a R$ 2,70. “A atividade industrial, que sustenta grande fatia do nosso mercado, não mostra sinais de recuperação neste trimestre”. O executivo afirmou que as siderúrgicas no país foram muito afetadas pelo crescimento das importações de aço, principalmente da China, que chegaram a responder por até 16% do consumo aparente do mercado interno. Ele espera que em 2015, com um câmbio mais fortalecido e medidas de contenção à entrada de material estrangeiro, baixe para 10%.
O desempenho negativo da companhia é fruto da piora operacional, mas também com a desvalorização cambial. A receita líquida ficou 9,1% menor, sobre as mesmas bases de comparação, e atingiu R$ 2,91 bilhões. Os custos com vendas tiveram alta de 1,5%, para R$ 2,78 bilhões. Assim, comprometendo a rentabilidade.
O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) terminou os três meses em R$ 344,5 milhões – queda de 35,5%. A margem sobre o indicador caiu de 16,7% para 11,8% em um ano. A linha que mais pesou para influenciar no prejuízo foi a do resultado financeiro.
A Usiminas teve despesas líquidas nesse quesito de R$ 232,5 milhões, praticamente o dobro do apresentado no terceiro trimestre do ano passado, quando foi negativa em R$ 117,6 milhões.
Segundo a empresa, os efeitos cambiais no trimestre foram responsáveis por despesa de R$ 164 milhões, contra gasto de R$ 1,7 milhão no terceiro trimestre de 2013. Da dívida bruta de R$ 6,83 bilhões da siderúrgica em setembro, 35,7% era em moeda americana.
As vendas de aço no trimestre caíram 10,5%, ante igual período de 2013, para 1,4 milhão de toneladas. O enfraquecimento da economia brasileira reduziu a demanda pelos produtos da companhia.
Além disso, o segmento de mineração teve piora. As vendas de minério de ferro recuaram 32,3% e totalizaram 1,3 milhão de toneladas. A empresa informou que o volume foi significativamente menor porque não houve exportação da commodity no período.
Para tentar equalizar a procura e a oferta, a Usiminas reduziu a produção de aço bruto. Em Ipatinga, o corte foi de 19,9%, para 799 mil toneladas; em Cubatão, de 22,5%, para 608 mil toneladas. O problema é que, além de vender menos, a empresa também piorou o portfólio dos produtos. As exportações passaram a representar 24% do total de vendas, contra 7% um ano atrás.

simmepe 06